Segundo estudo, metade dos locais de conservação do mundo está desprotegida

23/03/2012 18:01

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Foto: bldterror33

Um novo estudo conduzido pela BirdLife International, com contribuições de IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza), mostrou que apenas metade dos locais mais importantes para a vida selvagem do mundo foram totalmente protegidos. Este resultado destacou uma necessidade urgente de melhorar e ampliar as áreas protegidas, a fim de resguardar a vida selvagem do planeta.

Segundo o presidente da Survival Espécies da IUCN Comissão, Dr. Simon Stuart, os governos do mundo se comprometeram a aumentar a cobertura de áreas protegidas até 2020 para enfrentar as rápidas taxas de destruição ambiental. "As áreas protegidas são a pedra angular dos esforços de conservação, e cobre quase 13% da superfície terrestre do mundo. Em 2010, os governos do mundo se comprometeram em expandir isso para 17% até 2020, com ênfase nas áreas de particular importância para a natureza", afirmou o presidente.

Os dados do estudo foram obtidos por meio da análise de sobreposição entre áreas protegidas e duas redes mundiais de locais importantes para a vida selvagem, que foram: "As Áreas Importantes para as Aves", que compreendem mais de 10.000 locais globalmente significativos para as aves em conservação, e da "Aliança para Extinção Zero", que incluem 600 locais com a população remanescente de vertebrados altamente ameaçados e plantas.

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Aves guará-rubra, ameaçadas de extinção/ Foto: Marcos Nagelstein

"Surpreendentemente, metade dos locais mais importantes para a conservação da natureza ainda não foram protegidos", explicou o Dr.Stuart Butchart, da Global Research BirdLife e Coordenador de Indicadores.

De acordo com Butchart, se os governos se empenharem em travar a extinção de espécies ameaçadas e a ampliação de áreas protegidas, os objetivos poderão ser atingidos e as comunidades locais poderiam se beneficiar, concentrando-se em novas áreas protegidas, nas redes de locais considerados como os lugares mais importantes para a vida selvagem.

Proteger as áreas de conservação é sinônimo de proteção de fauna e flora. "Acreditamos que a proteção dos locais importantes pode desempenhar um papel importante na redução da taxa de espécies em extinção", afirmou Butchart.

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Foto: Pura Reflexao

Além de designar uma rede global de áreas protegidas, os governos devem assegurar que as reservas sejam devidamente geridas. Estima-se que isso custaria cerca de 23 milhões de dólares aos EUA por ano, mais de quatro vezes a despesa atual. No entanto, em países com rendimentos mais baixos ou moderadamente baixos, o financiamento de gestão exigiria menos de um décimo dessa soma. "Esses montantes podem parecer grandes, mas são pequenos em comparação com o valor dos benefícios que as pessoas obtêm a partir da biodiversidade", pontuou Butchart.

Fonte:www.ecodesenvolvimento.org.br/posts/2012/marco/segundo-estudo-metade-dos-locais-de-conservacao-do