Britânico percorre a pé toda a extensão do rio Amazonas

11/08/2010 13:29

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O britânico Ed Stafford saiu do monte Mismi, no Peru, em abril de 2008 para uma caminhada de 859 dias até Belem. A ambição de Ed: ser o primeiro homem a percorrer o rio Amazonas da nascente à foz.

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O ex-capitão do Exército quer chamar atenção da comunidade mundial para o problema do meio ambiente. No caminho, Ed encontrou o peruano Gadiel Sanchez, o Cho.

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'Todo mundo me dizia que era impossível. Quis provar que estavam errados', diz Ed, que enfrentou enguias, escorpiões, formigas, pulgas, pegou leishmaniose e foi atacado por tribos indígenas.

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Ed diz que o mais difícil é se levantar todo dia e vestir roupas molhadas. Atravessar igarapés cheios de 'perigos', como este jacaré, é apenas uma parte da rotina da expedição.

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A dupla também testemunhou o dia-a-dia da floresta, incluindo as atividades econômicas que lhe extraem as riquezas, como o corte de madeira e a criação de gado.

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Esta foto foi tirada já no Pará, a uma semana da dupla chegar a Belém. Cho e Ed já deixaram a floresta para trás e, ao fim da estrada de terra, já avistam a cidade se espalhar.

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Apesar da curiosidade, a dupla diz ter sido sempre bem-recebida onde chegou. 'Sou humilde em relação a quanto tive de contar com a generosidade dos que encontrei pelo caminho', disse Ed.

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A aventura de Ed e Cho desde o Peru pode ser lida em um blog que ele atualiza com um laptop e uma conexão de internet via satélite. Para Cho, que nunca pegou um avião, tanta tecnologia é novidade.

 

Um britânico está a pouco mais de uma semana de terminar uma caminhada de quase dois anos e meio em que terá percorrido, a pé, a trajetória do rio Amazonas da nascente à foz.

Ed Stafford, 34, de Mowsley, em Leicesteshire, no centro da Inglaterra, começou sua jornada de 9,5 mil quilômetros no dia 2 de abril de 2008 no monte Mismi, no Peru, e espera terminar no próximo dia 9 de agosto, na costa paraense.

"Todo mundo me disse que era impossível, e isso me fez querer provar que eles estão errados", disse o ex-capitão do Exército britânico, que ajudou a missão da ONU no Afeganistão e aconselhou a BBC na produção de documentários sobre meio-ambiente.

A viagem tem como objetivo chamar a atenção da comunidade internacional para a Amazônia. A aventura pode ser acompanhada pelo blog Walking the Amazon, que Ed atualiza através de um latpop, e de uma conexão de internet via satélite, e pelo serviço de microblogging Twitter.

Em seu último post, Ed contou como seu companheiro de viagem matou uma cobra de três metros e corpo amarelado que atacou a dupla quando eles tentavam se localizar na floresta.

Em outros posts, relatou encontros com enguias elétricas, jacarés, formigas gigantes e escorpiões, falou de horas abrindo caminho entre a vegetação cortante, contou como contraiu leishmaniose e, como não podia deixar de ser, notou a curiosidade que gerava nos vilarejos por onde passou.

Ed e Cho abrem caminho na mata (Foto: Keith Ducatel)

Ao final, Ed terá caminhado 859 dias e Cho, cinco meses a menos

"Levantar todo dia e vestir roupas molhadas é difícil. O desafio, tanto mental quanto físico, é o mais cansativo. Sou muito humilde em relação a quanto tive de contar com outras pessoas e me beneficiei imensamente da generosidade das pessoas que encontrei no caminho", escreveu.

Destes encontros, o mais duradouro tem sido com o peruano Gadial Sanchez Rivera –o Cho –, que desde então se tornou parceiro inseparável de Ed na aventura.

Os dois se conheceram quando o britânico já levava cinco meses caminhando – não demorou muito, disse Cho, para que se dessem conta de que a parceira iria até o fim da viagem.

"Comecei a caminhar com Ed no começo porque senti uma responsabilidade de tentar ajudar esse louco em uma área muito perigosa, com traficantes e tribos hostis", afirmou.

"À medida que o tempo passava, comecei a gostar da vida simples e nos tornamos bons amigos."

A pouco menos de uma semana para terminar a aventura, Ed e Cho já deixaram a área de floresta e esperam vencer percursos em estrada até chegar à capital paraense, Belém.

Todo mundo me disse que era impossível. Quis provar que estavam errados.

Ed Stafford

"Não estamos reclamando", blogou o britânico. "Tivemos bastante de floresta por ora, e as tentações da civilização são muito bem-vindas."

Mas, pelo que relatou o britânico, nem assim os perigos deixaram de existir.

Só que, em vez de animais selvagens e dos mistérios da mata, o risco é humano: perto do rio Tocantins, quase foram atropelados por um motoqueiro que dava a impressão de estar bêbado e conduzia sua moto no escuro e em alta velocidade.

 

Link do Blog: www.walkingtheamazon.com/

 

Fonte: www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/08/100802_amazonia_caminhada_pu.shtml